Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 608

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| ANAIS - VII FórumNEPEGde Formaçãode Professores deGeografia
Aperspectivade trabalharde forma investigativapressupõeumamudançadeati-
tudeperanteoconhecimento. Significaultrapassar avisãodapráticapedagógica
como simples transmissãodeum conhecimentopronto e acabadoqueos alunos
não possuem e implica outra concepção de educação, de acordo com a qual o
conhecimento é visto à luz de seu processo de produção e apropriação, como
produto social de contextos históricos determinados – revelando-se, portanto,
algoprovisório, empermanente processode construção e reconstrução. (PON-
TUSCHKA, 2007, p. 37, et al.)
Por essa razão, équehá sempreuma intencionalidadeno currículo, visto
queeleestáatendendoaalgum interesse.Ocurrículonãoéneutro, eleaocontrá-
rio, direcionaum caminho, é terrenodedisputas.Assim:
Partindodopressupostodequeo currículo é construção, subtende-seque as vá-
rias formas que assumeobedecem as discursividades diferentes, emquehabitam
filosofias resultantedas intencionalidades queoproduzem, nos diversos tempos
enosmaisdiferentes lugares. (BERTICELLI, 1999. p. 159)
Entendendoassimquenãoháneutralidadenocurrículo, equea suacon-
cepção que é adotada irá implicar nomodelo de educação a ser desenvolvido,
resta-nos concluir que ele é um instrumento em constante reformulação, por
estar situado ao contextovivenciado.
As teorias pós-críticas vão alémdas teorias críticas do currículo, questio-
nando sobre identidade, a relação entre saber e poder, diferença, gênero, sexu-
alidade, raça aprofundando os estudos acerca dessas temáticas tão complexas e
fundamentaisparao conhecimentodo fenômeno currículo.
Noque diz respeito à relação saber-poder, o conhecimento é visto como
meioparaobtençãodepoder.Oconhecimento torna-seassim instrumentopara
adominação.
A teoriado currículo, juntamente com apsicologia educacional, apsicologiado
desenvolvimento, a orientação educacional, e agoramais recentemente, a psico-
pedagogia–mas também afilosofia e a sociologiada educação– éumdos com-
ponentes centrais dessa ‘ciência educacional’ voltada para o conhecimento da
criança e do adolescente, com a finalidade demelhor administrá-los. Conhecer
paragovernar. (SILVA, 1996. p. 161.)
Nesse sentido, o saber eopoder estãodiretamente ligados vistoquepara
dominarénecessárioconhecer,paragovernaro serhumanoéprecisoconhecê-lo
enquantoquepara se autogovernar faz-se indispensável o autoconhecimento.
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