VII FórumNEPEGde Formaçãode Professores deGeografia - ANAIS |
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das funçõespsíquicas superiores é social, ou seja, anaturezapsíquicadohomem
é um conjunto de relações sociais interiorizadas e convertidas em funções da
personalidade.
As funçõespsíquicas superiores semanifestamnavidacoletivadacriança
aprincípiocomodiscussões e somentedepois aparecemem suaprópriaconduta
de reflexão.Quandoda aquisiçãoda linguagempela criança, numprimeiromo-
mento trata-sedeuma relação comoobjeto, depois comoutrapessoa epor fim
consigomesmo, comomeio de pensamento. Portanto, a interiorização ocorre
quando as funções sociais se convertem em funções pessoais, isto é, quando o
sujeitopassaa controlar a suaprópria condutaapartirdousodos signos criados
externa e socialmente.
Nesse contexto, para Vygostsky (2000) o desenvolvimento cultural da
criançaapareceemcenaduasvezeseemdoisplanos.Primeiramentenoplanoso-
cial e entreos homens, como categoria interpsíquica. Em segundo lugar nopla-
no psicológico no interior da criança, como categoria intrapsíquica. Portanto,
anatureza psíquica dohomem é um conjuntode relações sociais trasladadas ao
interioreconvertidasem funçõesdapersonalidadeeem formasde suaestrutura.
As estruturas superiores se diferenciam/qualificam pelo fato de possibi-
litarem a dominação, o autodomíniopelo sujeito, dopróprioprocessode com-
portamento, isto é, da sua conduta.Nesseprocessodestacam-seopapel dos sig-
nos edamediação, bem como a integração com as estruturasprimitivas.
Para compreender comoo sujeito fazodomíniode suaprópria conduta,
tendo como referência o signo, amediação e a passagemdas estruturas primiti-
vas para superiores, Vygostky (2000) apresenta o exemplodousoda linguagem
pela criança: essa passagem ocorre quando a linguagem da criança deixa de ter
uma relação imediata sobre oobjeto e passa a exercer sua influência sobre outra
pessoa, poisnessemomento a criança começa autilizar, com relação a simesma,
as formas de conduta que os adultos aplicam em relação a ela. Para o autor essa
é a chave da dominação sobre a própria conduta que interessa, pois
“O signo, a
princípio, é sempre ummeio de relação social, ummeio de influência sobre os
demais e tão somente depois se transforma emmeio de influencia sobre si mes-
mo”
(VYGOTSKI, 2000, p, 146).
Esse tópico nos possibilita entender que a gênese do conhecimento do
professor reside na sociedade e que omodo como o professor opera com esses
conhecimentos tambémé social, ou seja, o social éa fonteprimordial doconhe-
cimentodoprofessor.