Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 228

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ções implantadas na rede pública de todo o país exprimem uma concepção de
avaliação enquanto instrumentoqueproduzumanota eque serveparamedir o
quantooaluno sabe. SegundoaLei deDiretrizes eBasesdaEducaçãoNacional,
a avaliação da aprendizagem deve ser “contínua e cumulativa do desempenho
do aluno, comprevalênciados aspectosqualitativos sobreosquantitativos edos
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais” (BRASIL,
1996). Embora a lei afirme que o aluno deve ser avaliado durante o processo,
com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos, oEstado
implementaumaavaliaçãogeral aferidoradaqualidadedaEducaçãoBásica, que
desconsidera que cada região brasileira possui especificidades sociais, econômi-
cas e culturais.
Neste contexto, e considera-se que as exigências doEstado, permeadade
decisões que não passaram por discussões anteriores, inclusive entre os profes-
sores da Educação Básica e pesquisadores afins, contribui para que a avaliação
praticada nas escolas tenha, também, um viés autoritário; um quê de decreto e
nãodedialeticidade edialogicidade. PauloFreirediz que “não resolvemos bem,
ainda, entre nós, a tensão que a contradição autoridade – liberdade nos coloca
e confundimos quase sempre autoridade com autoritarismo, licença com liber-
dade” (FREIRE, 2004, p. 61). Não há, portanto, negociação, já que tanto os
instrumentosdeavaliaçãodesenvolvidosparaoâmbitonacional, quantoàqueles
elaboradosno interiordas instituições, são imposiçõesdemodelosaseremsegui-
dos, semqualquerpossibilidadedediscussão entre aspartes envolvidas.
Contudo, os obstáculos à avaliação formativa, entendida como um pro-
cesso a serviçoda aprendizagemdo aluno, são facilmente encontradosnasdisci-
plinas que compõem o currículo da EducaçãoBásica. E aGeografia, enquanto
disciplina integrante deste currículo possui entraves em seu processo de ensino
e aprendizagem e, consequentemente, em sua prática avaliativa, que estão asso-
ciadas a especificidades quanto ao seu campo conceitual e metodológico, que
implicam em um processo peculiar de ensino para que a avaliação resulte na
aprendizagem emGeografia.
OprocessodeconstituiçãodaGeografiaenquantociência, alicerçadoem
fundamentação positivista, restringiu a realidadeà aparência dos fenômenos, o
que gerou a ênfase na fisiografia daTerra, cuja análise se viabilizoupormeioda
fragmentação dos elementos físicos da paisagem (LEITE, 2002). Em consequ-
ência, ospressupostospositivistasdaciênciageográfica também sefizeram sentir
nas salasdeaulae tornaramaGeografiaumadisciplinadescritiva, enumerativae
emmuitos casos, carregadade ideologia:
1...,218,219,220,221,222,223,224,225,226,227 229,230,231,232,233,234,235,236,237,238,...718
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