Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 223

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da dimensãoque a sua prática pedagógica tem sobre a vida do aluno e, em face
disto, refletirconstantemente sobre suaaçãodocente, auto-avaliando-se sempre.
ParaFreire (2004)
Aopensar sobre odever que tenho, comoprofessor, de respeitar adignidadedo
educando, suaautonomia, sua identidadeemprocesso, devopensar também [...]
em como ter uma prática educativa emque aquele respeito, que sei dever ter ao
educando, se realize em lugar de ser negado. Isto exigedemimuma reflexão crí-
tica permanente sobreminha prática através da qual vou fazendo a avaliaçãodo
meu próprio fazer com os educandos. O ideal é que, cedo ou tarde, se invente
uma forma pela qual os estudantes possam participar da avaliação. É que o tra-
balho do professor é o trabalho do professor com os alunos e não do professor
consigomesmo (FREIRE, 2004, p. 64).
Contudo, nãoé, de fato, tarefadasmais fáceis romper comumaproposta
deavaliação enquantomedida, já tão enraizadanamentalidadedos alunos edos
professores. “Amudança de paradigmas exige a incorporaçãode novas atitudes
e novos valores para a construção de uma nova mentalidade educacional e de
umaoutraperspectivapara a avaliação” (DALBEN, 2005, p. 24-25).DaíHadji
(2001) falar emutopiapromissora, que significa estar diantedeumdesafioque
depende de um conjuntode condicionantes para que seja superado e realizado.
ParaRios (1997), quandoprojetamos temos emmenteum ideal, nãono sentido
irrealizável deutopia,masde algoque aindanão se realizou.Ouniversodauto-
pia éodadialéticapermanentedapossibilidade eda impossibilidade, tornando
o possível algo a ser construído (RIOS, 1997). Assim, ao se pensar a avaliação
não apenas comoumprocesso inerente aoprocessode aprendizagem,mas para
além da própria aprendizagem, como elemento de alta relevância na formação
do estudante, dá-seumpasso embuscadessautopiapromissora.
Noentanto, aavaliaçãoque tem sidopraticadaestámaispróximadeuma
tentativademensuraçãodos conhecimentos adquiridospelos alunosdoqueum
processo emdefesada aprendizagem.
Assim,Hoffman (1998) ressaltaque, ospróprios educadores, por suahis-
tória como alunos e por suas vivências, muitas vezes negativas, relacionadas à
avaliação, reproduzemem saladeaulaexatamenteoquecontestamem suas falas:
Énecessária a tomada de consciência dessas influências para que a nossa prática
avaliativa não reproduza, inconscientemente, a arbitrariedade e o autoritarismo
que contestamos pelo discurso. Temos de desvelar contradições e equívocos te-
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