Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 226

226
| ANAIS - VII FórumNEPEGde Formaçãode Professores deGeografia
osdados relevantes , que sustentariam aobjetividadedo juízodevalor, na avalia-
ção, são substituídos pelo autoritarismodoprofessor e do sistema social vigente
por dados que permitem o exercício do poder disciplinador. E assim, evidente-
mente, a avaliação édescaracterizada,mais uma vez, na sua constituiçãoontoló-
gica (LUCKESI, 1996, p. 37).
Acredita-sequearelaçãodeautoritarismoporpartedosprofessoresocor-
ranos diferentesníveisde escolaridade epodeficardefinitivamenteprejudicada
em função de um processo avaliativo incoerente ou considerado injusto pelos
alunos. Rodrigues Junior (2009), numa pesquisa sobre a avaliação da aprendi-
zagem comdiscentes da áreadeCiênciasHumanas daUniversidadedeBrasília,
cita uma situação em que o professor, ao devolver as provas realizadas na aula
anterior, foi questionadopor vários alunos sobre a correçãode uma determina-
daquestão. Ele, porém, não aceitou essas argumentações enão reviu a correção.
Na aula seguinte, os alunos sentaram-se no fundo da sala, distantes do profes-
sor enão foram receptivos às suas instruções (RODRIGUES JUNIOR, 2009).
Esta situaçãodemonstraoquantoo atode avaliar exige critérios, não sódurante
a elaboração dos instrumentos avaliativos, como também após a correção dos
mesmos eomomento emque se fará adevolutivados resultados paraos alunos.
Avaliar implica também relacionar-se de diferentes formas com os alunos. Para
RodriguesJúnior(2009),oprofessorquedevolveaavaliaçãosemaceitarosargu-
mentos críticos da turma quanto aos critérios de correçãodas questões, assume
umaatitudede superioridadeeautoritarismo, quecomprometeumaboa relação
comos alunos e, sobretudo, a aprendizagem.
Outro aspectodestacadoporLuckesi (1996) éque a avaliação, enquanto
processoa serviçodaaprendizagem, nãodeveficar restritaapenas aofinal do tri-
mestreou semestre.Aavaliaçãonãoestádesconectadadapráticapedagógica; ela
é inerenteàpráticae, portanto,nãobasta focaraavaliaçãocomo seamesmaesti-
vessedescoladadoprocessodeensinoeaprendizagem(HADJI,2001;LUCKE-
SI, 1996). Eladeve, ao contrário, permear oprocessode aprendizagem, deve ser
opontodepartida,paraque seconheçaabagagemdeconhecimentodessealuno
com vistas anortear oprocessode ensino e aprendizagem fornecendo subsídios
paraapráxisdocente (LUCKESI, 1996).Oprocessoavaliativodeve ser coeren-
te comoprocesso ensino-aprendizagem emais doque isso, deve ser partedeste
namedidaemqueavaliar, utilizando-sedediferentes instrumentosporpartedo
professor, contemplepossibilidadesde aprendizagemporpartedo aluno.
1...,216,217,218,219,220,221,222,223,224,225 227,228,229,230,231,232,233,234,235,236,...718
Powered by FlippingBook