Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 229

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Nonossocaso, aGeografiadoEnsinoFundamental eMédio, tem tratadoa todo
instanteeem todas as suas séries, de temasqueestãocarregadosde ideologias (“o
mundo é assim”) e leiturasquemais levam certezas aos alunos (“as coisas são tais
como eudigo”) doque os fazemolhar os fenômenos estudados commais com-
plexidade eprocessualidade (KAERCHER, 2005, p. 71).
Neste sentido, ocorre uma certa simplificação da Geografia ensinada
nas salas de aula já que, conforme afirma Kaercher (2005), não se compreen-
de a complexidade dos fenômenos estudados. Desta forma, a Geografia é fre-
quentementeconfundidacomumaespéciedeauladeatualidades, pautadapelas
informações damídia ou com enfoque nos aspectos físicos enquanto natureza
intocável e divina (CAVALCANTI, 2013). Para Lacoste (2011), o ensino da
Geografiamuitas vezes se configura pelo uso da paisagem no sentido contem-
plativo, sembuscar respostas enem fazerperguntaspara secompreenderporque
os elementos se configuram daquela maneira. Para o autor, a geografia, ao ser
apropriada pelo cinema, pela fotografia e transformar-se em contemplação das
paisagens, configura-se a chamada geografia-espetáculo (LACOSTE, 2011).
Tanto a geografia-espetáculo quanto a Geografia Escolar, levam, contudo, aos
mesmos resultados:
Impor a ideia de que o que vem da geografia não deriva de um raciocínio, so-
bretudonenhum raciocínio estratégico conduzido em função de um jogo polí-
tico. Apaisagem! Isso se contempla, isso se admira: a liçãoda geografia! Isso se
aprende,mas nãohánadapara entender.Uma carta! Isso serveparaquê?Éuma
imagem para agência de turismo ou o traçado do itinerário das próximas férias
(LACOSTE, p. 35, 2011).
Para o autor, ao se analisar uma paisagem não se leva em consideração
o processo que a produziu. Como consequência, o conhecimento geográfico
adquirido pelo aluno fica limitado à contemplação desta paisagem, sem que o
mesmo sejaquestionado sobreosporquêsda realidadeque lhe é apresentada.
Selbach (2010)defendeque é importante levaros fatos cotidianosparaa
sala de aula, portanto, estes precisam ser problematizados. A autora afirma que,
cabe ao professor de Geografia transformar uma notícia num fato geográfico,
ajudando primeiramente o aluno a atribuir-lhe significação e em seguida, mos-
trando as relações entre as pessoas e o ambiente (SELBACH, 2010).Desta for-
ma, “muitos professores deGeografia se perdem e não trabalham a apropriação
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