Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 106

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do jovem relativo à escola: “esse lugar estranho, rígido, burocrático, parado”.No
interior daperplexidadehá, de fato, um conflitode representações edificado em
três vetores:nomodocomoo jovemalunovêaescola;namaneiracomoaescola
vêo jovemalunoena formacomqueambosagementre si apartirdessemodode
representar. (CHAVEIRO2011, p.2)
Diante dos conflitos na relação escola e juventude, gerados pelas repre-
sentações negativas de ambas as partes, conforme a análise do autor, emerge o
seguinte questionamento: como o ensino de Geografia pode ser proveitoso e
significativoeaomesmo tempocontribuirparaamenizarosconflitos relacionais
entre a escola eos jovens alunos?
Ensinodegeografia, juventudee lugar: aconstruçãodeumdiálogo.
Diantedosdistanciamentos entre escola e juventude contemporânea, di-
versos pesquisadores da temática, têm preocupado em apontar caminhos que
contribuam para a aproximação. Carrano (2007), por meio de uma narração
aparentemente simples, mas de grande profundidade, busca demonstrar a im-
portânciade tal aproximação:
O educador e amigoMoacyr deGóes contou-nos uma história que exemplifica
a importância de fazer do gesto educativouma relação compreensiva.Contode
memória emantenho o sentido da narrativa sem preocupar-me com a precisão
daspalavras.Umpadre-educadorda cidadedeNatal impressionava a todos com
sua capacidadede ensinar o latim a criançasmuitopobres daperiferiada cidade.
Perguntado sobre o “método” que utilizava para ensinar, disse: “como façopara
ensinar latimao João?Paraensinar latimao Joãoeuprimeiroconheci o João. Fui
à sua casa, descobri do que ele gostava, descobri sua árvore preferida, fiquei seu
amigo; primeiro conheci o João, o latim veio depois”. (
CARRANO, 2007,
p. 2)
O que comumente se observa em instituições educacionais brasileiras, é
bem diferente do que nos propõe o educador Carrano, por meio da narração
acima apresentada. Emnossas escolas é comumque educandos sejam reduzidos
meramenteàcondiçãodeestudantes.Estes sãovistosde formauniforme,homo-
geneizada. Desconsidera-se o sujeito que existe por traz de cada estudante que
ora se apresenta. Sujeito estes que vivenciam experiências específicas.Carregam
suasprópriasdores, angústias, frustrações, projetos, desejos, sonhos, amores.
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