VII FórumNEPEGde Formaçãode Professores deGeografia - ANAIS |
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os autores citados, a juventudenão éhomogênea e sofrevariaçãode acordo com
sua origem socioeconômica, etnia, gênero, raça. Consolida-se, dessa forma, a
existênciadediversas juventudes.
Em pesquisa recente a respeito do estado da arte sobre a juventude na
pós-graduaçãobrasileira, Sposito (2009,p. 17)afirmaque“O temada juventude
alcançoumaior visibilidade nos últimos quinze anos no Brasil como produto
da intersecçãodeváriosdomíniosdavida social eda açãodediferentes atores”.
Ainda nomesmo estudo, a autora comprova quemaior parte dos traba-
lhos de pesquisa na pós-graduação sobre o tema é realizada nas faculdades de
educação eversa sobre a temática juventude e escola
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Normalmente, os projetos de pesquisa na pós-graduação são elaborados
apartirdeumaproblemática. Portanto, amaior incidênciadepesquisasnapós-
-graduaçãobrasileiraapartirda temática juventudeeescolapode indicarque tal
relação sejapermeadapor diversas problemáticas. Infere-seque entre as diversas
problemáticas estejam os conflitos relacionais cotidianos entre aluno e escola.
Conflitosestesque, dealguma forma,merecem investigaçãocientifica. Infere-se,
também, que, em algum grau, tais conflitos possam comprometer o sucessono
processode ensino e aprendizagem.
Dentre os principais conflitos na relação juventude e escola, destaca-se o
distanciamento da escola atual em relação à juventude, ou aos alunos. Há uma
predominância em afirmar que a escola é lenta em um tempo rápido. O jovem
alunonão confiana escola e estanão reconheceo jovem aluno.OqueChaveiro
(2011)denominade “o reinodaperplexidade”.
A força social da escola torna quase obrigatória a inserçãodo jovem em seus es-
paços.Mas a demanda que omundo atual solicita a ela evidencia um conflito:
cabe a escola gerar novas qualidades de ensino; desenvolver aptidões criativas;
acelerar oprocessode formação; inseri-los nas novas formas e conteúdos do tra-
balho; atualizar-sepedagogicamente.Enquantoqueo jovemaluno, formadope-
los novos ethos da cultura juvenil, dista-se, ontologicamente, dessas demandas,
sofre representaçõesnegativasnamesmadireçãoque, negativamente, representa
a escola.O saldo é, entre ambas, formamum reinode perplexidade. Fora a per-
plexidade da Escola, por meio de seus sujeitos diante da juventude atual, que
possuidificuldadeemcompreendere relacionarcom“esse jovem inquieto, indis-
ciplinado, debochado, frenético, compulsivo, sem interesse...”, há a perplexidade
3. Cf.: SPOSITO,MaríliaPontes. O EstadodaArte sobre juventudenapós-graduaçãobrasileira: Educação, Ciências
Sociais eServiçoSocial (1999-2006). BeloHorizonte: Argumentum, 2009.