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| ANAIS - VII FórumNEPEGde Formaçãode Professores deGeografia
uma perspectiva histórica, R. Chartier,M. Pollak,M. Trebitsch, E. P.Thomp-
son, têm servidode referênciapara estudosde análisedo cotidiano.
No campo específico da pesquisa emEducação, os trabalhos deAzanha
(1994) apontamparaa importânciadoestudodavidacotidianaeconsideraque
“acotidianidadeéaprópriacondiçãohumana fundamental”.ComoafirmaAza-
nha (1992),
o estudo do cotidiano só será interessante se for possível partir dele
para um esforço de constituição de uma ciência do homem.
Criticando o ‘que
nãoobstantevai dandoorigemaummodismo’ e,muitas vezes, caemno registro
de trivialidades, oautor colocaquea importânciadoestudodavidacotidiana só
terá algumvalor científicoparao conhecimentohumano se tratardaquestãoda
possibilidadede acesso, apartirdela, ao social num sentido amplo.
Noque diz respeito à análise dosmateriais dessa pesquisa, há, por exem-
plo, diversos trabalhos abordando as relações de desigualdade e de poder na
Educação e sua relação como cotidianoda escola.Os trabalhos com temas que
circulamnesse universo, contudo, apresentam uma diversidade de perspectivas
teóricas, comoosautoresfiliadosàs teoriascríticas,queempregamcontribuições
decorrentes da Escola de Frankfurt, e de autores filiados aos desdobramentos
dessacorrente, oude influênciapós-estruturalista, queempregamcomo referên-
ciaFoucault,Derrida,Deleuze, entreoutros.
Um aspecto significativoobservadonos 232 trabalhos em estudo éo en-
tendimentodo currículo comodimensãoda cultura escolar que, independente-
mentedasperspectivas teóricasfiliadas aos autores, aparece implícitaou explici-
tamentenouniversodosdocumentosque integram esse estudo.
No âmbito das categorias estabelecidas para esse trabalho, a categoria
“Cotidiano Escolar”, com 44 incidências, poderia ter sido aindamais expressi-
va. Omesmo ocorre com a temática referente a “Políticas Curriculares”, com
43 ocorrências. Ambas poderiamdominar grande parte dos trabalhos sem que
especificidades ficassem evidentes. Por essemotivo, optou-sepor detalhar os te-
mas uma vezque todos tratavamde currículo e sua imbricação como cotidiano
escolar, compolíticasoficiais, ounão.
Assim, concordamos com a afirmação de Catani & Faria Filho (2002),
em estudo a respeitodo “GTHistória daEducação”, daANPEd, ao apontarem
queaadoçãodeoutroscritériosparaoagrupamentodos temasdos trabalhospo-
deria, semdúvida, seremutilizados, gerandooutrosagrupamentosdiferentesdos
selecionados pela investigação dos autores e por essa investigação. Neste caso,
permitiriam outras leituras a respeito doGT-Currículo, o que não invalida os