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aos aspectos físicos e aos dados populacionais dos países daquele continente (p.
166)”. A esse respeitoRocha (1996) faz uma observação interessante acerca da
inserçãodaGeografia escolarno currículo escolarbrasileiro:
Nem uma evidencia nos faz pensar que ao ser inserida no Brasil, quando da
“transplantação” domodelo curricular francês realizada nas primeiras décadas
do século passado, o ensino desta disciplina tenha inicialmente tido aqui outra
finalidade que não fosse a de fornecer informações genéricas, verdadeiramente
enciclopédicas, deummundo em francoprocessode expansão (p. 157).
Ou seja, esseautordiscordadoposicionamentodeVlach (1998) eafirma
que aGeografia escolar ensinadanas escolas secundarias brasileiras nãopromo-
via apropagaçãodo sentimentodenacionalismopatriótico, dado seu caráter de
meranomenclaturaquedescreviamuitomais as característicasnaturais ehuma-
nas de outros continentes, do que às descrições referente ao Brasil (ROCHA,
1996).
Os conteúdos trabalhados nas escolas na época nãopoderiam garantir o
repasse de saberes geográficos sistematizados e seguia o esquema enciclopédico
“[...] iamdesde adescriçãoda esfera celeste, passando em seguidapeladescrição
das características naturais ehumanas dos diferentes continentes, para somente,
no fim alcançar a descrição doBrasil” (ROCHA, 1996, p. 158). Nessamesma
publicaçãoo autor afirma ainda que os conteúdos erampassados como a-histó-
ricos, como se homens emulheres não fossem responsáveis pela organizaçãoda
dinâmica social emodosde sobrevivênciasnomeio.
Outro apontamento feitoporRocha (1996) referente às ideias deVlach
(1988) diz respeito a posiçãodessa autora ao entender que era de fundamental
interessedos legisladores fazerdadisciplinaGeografiaum instrumentodegran-
de relevância na propagação e difusãoda ideologia donacionalismopatriótico.
SegundoRocha (2006) a criação da disciplinaCorografia do Brasil, em 1857,
destinada ao ensino secundário, especificamente, restrita ao4º e5º anodo curso
secundário do Colégio Pedro II, seria um exemplo de que o objetivo não era
precisamente esse, pois o ensino limitava-se aumpequeno grupo social, enão a
grandemassadapopulação, que levaria a consciêncianacionalista.
Com isso, Rocha (2006) questiona o ensino da Geografia voltado para
finsnacionalista,umavezquenessemomentohistóricooensino sóatendiaaum
pequeno grupo social e não a toda a população, alémdomais, o conhecimento
propagadoaessaminoriaestavapautadonos livrosdidáticos trazidosdaFrança.
Como ressaltaAlbuquerque (2009) “[...]haviapoucas referências ageografiado
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