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| ANAIS - VII FórumNEPEGde Formaçãode Professores deGeografia
jeto neoliberal da economia, é o que defendeMolon (2009), apontando, tam-
bém, que a possibilidade de uma postura crítica ética, está relacionada a uma
epistemologiaquedê contadedenunciar a realidade epossibilitar o surgimento
denovos conceitos e categorias, naqual possamdesafiarospostuladosherdados
historicamente damodernidade. Desta forma, há que buscar bases epistemoló-
gicas quepermitamnovas leituras dos conceitos eque interfirampositivamente
nasquestões educacionais.
Dentro dessa perspectiva, Gonçalves (2002, p. 310), também adverte
para um importante elemento sobre a consciência de ambiente na contempo-
raneidade, que é advémda “[...] necessidade denão aceitarmos acriticamente as
compreensões deHomem e deNatureza até então sustentadas [...]”, argumenta
queépor essemeioquepoderácriarpossibilidadesparacompreendermelhor as
problemáticas socioambientaisna atualidade.
Em relação ao processo de formação de identidade profissional docente
emGeografia, aomesmo tempo temodeverdepossibilitarumdiálogoqueper-
mita a reflexão, construir olhares, estabelecer conexões, estruturar conhecimen-
tos geográficos. Portanto, na abordagemde ambiente é imprescindível conside-
rar os elementos que constituemo conceito, assim como seus desdobramentos.
Considerar temas atuais comoa criseambiental no contextodas relações sociais
capitalistas é de fundamental importância para raciocinar geograficamente o
espaço.
Odesvendar da complexidade ambiental noprocessode ensino e apren-
dizagem, implica na compreensão das contradições sociais e dos mecanismos
políticos hegemônicos em um contexto de uma sociedade de classes. Estes ele-
mentos consolidamabasedoentendimentodacomplexidadeambiental atual e,
consequentemente, namaterializaçãodeprojetos democráticos ede conscienti-
zaçãopolítica e social.
É importante salientaropapeldocentenesseprocesso, pois remeteaqua-
drosessenciaisna suabase formativa, comoospróprios saberese identidadepro-
fissional.Tardif (2002, p. 52), discute a incoerência em se falardo “saber” como
se fosseumacategoriaautônomae separadadasoutras realidades sociais, organi-
zacionais e humanas nas quais os professores estão inseridos.Nessa perspectiva,
“[...]É através das relações comos pares e, portanto, através do confronto entre
os saberes produzidos pela experiência coletiva dos professores, que os saberes
experienciais adquiremuma certaobjetividade”.