Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 340

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aluno e professor estão situados e é fruto da práxis coletiva dos grupos sociais.
Integrar o educandonomeio significadeixá-lodescobrirquepode tornar-se su-
jeitonahistória” (VESENTINI, 2008, p15).
Para Straforini (2008), o aluno deve ser inserido naquilo que se está es-
tudandopara que se sinta participante ativona construçãodo espaço. Assim, a
realidade temque ser vista comoumprocesso eo espaço em constante constru-
ção. Dessa forma, seria possível desnaturalizar a territorialização empreendida
noCerrado brasileiro pelo agronegócio que tem causado uma intensa desterri-
torializaçãodospovos tradicionais epromovidogravesproblemas ambientais.
Essas premissas possibilitam fazer uma reflexão acerca de comoo conte-
údoCerrado poderia ser abordadonos currículos escolares. Para isso, é preciso
pensá-lopara alémda vertente ambientalista e da ocupaçãopor agentes econô-
micos que enxergam, no território, somente amatéria a ser apropriada e pronta
para serdescartadanoprimeiro sinaldedecadência.Para tanto faz- senecessário
pensar em propostas curriculares que considerem oCerrado em todos seus as-
pectos, principalmente os socioespaciais, pouco explorados nos livros didáticos
analisados.
Nessa concepção, oCerrado é uma construção sócio-histórica e por esse
viés deve ser entendido como espaço “[...] que foi e é apropriado; quepossui ló-
gicas atuais, culturasdiversasou resistências; que está emmovimento equepos-
sui um sentido socioespacial provenientedo cruzamentodas variáveis internas e
externasque seconfiguramedesenham-noenquanto território”(CHAVEIROe
CASTILHO,2010,p.43).Essa formadialéticadeanáliseespacialquebraaneu-
tralidadedas açõespolíticas, econômicas e tornapossível queoestudante seveja
como sujeito ativonoprocessodeprodução socioespacial por ele imaginada.
Nessa linha de pensamento, Saviani (2011) afirma que a partir domo-
mento que creditamos a história o desenvolvimento da humanidade e à edu-
cação a mediação da prática social global transferimos para uma determinada
geração o papel de desenvolver e transformar as relações herdadas das gerações
passadas. Para Saviani (2003), a formaçãode valores humanos e atitudes diante
das injustiças sociais somente serãopossíveis quando acesso aos conhecimentos
científicos historicamente produzidos tiverem comopontode partida e de che-
gada aprática social.
Não se trata de romper com a centralidade que os conhecimentos histo-
ricamente constituídos ocupamna escola, mas simde questionar o papel ideo-
lógico que a centralidade no conhecimento assumiu na educação burguesa de
cunho liberal, ou seja, as regrasdebom comportamento, e a consciência cívica e
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