Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 338

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Nos últimos capítulos, 29 a 32, o livro trata da regiãoCentroOeste.No
capítulo 29, em três páginas, analisa a ocupação econômica da região. Destaca
o inícioda ocupação com a criaçãode gadodevido à dificuldade do transporte
de produtos agrícolas e a disponibilidade de água. Apresenta a construção de
Brasíliaedeuma redede transportecomoosprincipais responsáveispela intensa
ocupação, a partir dos anos 70 do século XX. O capítulo 30 traz os aspectos
físicos, enaltecea redehidrográficaeapresentaobiomaCerradocomoa“grande
caixa-d’água dopaís”. Por fim, faz uma relação entre oCerrado e o clima tropi-
cal, semmencionaro solo.No capítulo31 analisa as característicasda sociedade
doCentro-oeste, destacandoos fluxosmigratórios e a alta taxa de urbanização,
segundamais alta do país, superada apenas pela região sudeste. Apresenta três
causas principais da elevada taxa de urbanização: toda população de Brasília é
urbana; asprincipais atividades agrícolasda regiãoutilizampoucamão-de-obra,
assimpoucaspessoas sefixamnocampo;osmigrantesdeoutrosestadosbrasilei-
rosque sedeslocampara a região sedirigem àsprincipais cidades.
Mais uma vez ocorre a ocultação de que a modernização do território
foi responsável pela desterritorialização dos povos tradicionais, num processo
que “intitulamos ‘corpo-ratizaçãodo território’” (SANTOS, 2006, p. 169).Não
queremosdizerqueo textoapresenta ideias equivocadas,mas acrítica se fazpela
naturalizaçãodeumprocessodeexclusão socialda terradeumaparcela significa-
tivadapopulação tradicional.Alémdisso, questionamosodescompromissodos
livrosanalisadoscomopatrimônio sócio-culturaldoCerrado, issoporque tende
a revelar oqueSantos (2006) afirma ser “as imagens produzidas pelos interesses
das empresasmonopolistasou transnacionais”, como seobservanaFigura4.
Vale ressaltar quenosso estudonão tem comoobjetivouma crítica indis-
criminada aos livrosdidáticos,mesmoporque eles são instrumentosde trabalho
do professor. O que pretendemos é ampliar as discussões, inclusive já encami-
nhadasnosParâmetrosCurricularesNacionaisde1997.
O livrodidático éummaterial de forte influêncianapráticadeensinobrasileira.
Éprecisoqueosprofessoresestejamatentosàqualidade, àcoerênciaeaeventuais
restriçõesqueapresentememrelaçãoaosobjetivoseducacionaispropostos.Além
disso, é importanteconsiderarqueoLDnãodeve seroúnicomaterial a serutili-
zado, pois avariedadede fontesde informaçãoéquecontribuiráparaoaluno ter
umavisão amplado conhecimento (BRASIL, 1997, p. 67).
Materiaisdeuso social frequente sãoótimos recursosde trabalho, poisos alunos
aprendem sobre algoque tem função social real e semantêm atualizados sobreo
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