VII FórumNEPEGde Formaçãode Professores deGeografia - ANAIS |
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marcade seuproprietário.A tentativade “deixar rastros” refere-se ànecessidade
de saberquemo indivíduo é, sua identidade, seu legado e suahistória.
Esse fenômenoé frutodabarbárie, da incapacidadedenarrar, dapobreza
que ser tornou a experiência existentena sociedade capitalista.Contudo, opró-
prio fenômenode tentar “deixar o rastro”, a alienaçãoda casa burguesa diante a
cultura é prevista pelo sistema. Benjamin (1987 p. 118) explica: “Mesmo seu
modode encolarizar-se– e essa emoção, que começaa extinguir-se, eramanipu-
lada com grande virtuosismo– era antes demais nada, a reaçãode umhomem
cujos “vestígios sobre a terra” estavam sendo abolidos “
Benjamin (1987), mostra que a “cultura da técnica” é uma “cultura de
vidro” onde os homens nãodeixam rastros. Benjamin refere-se ao vidroporque
é “duro”, “liso”, “ondenada sefixa”, “frio, “sóbrio” e “sem áurea”. Benjamin (1987,
p.118) relaciona apobrezade experiência com a “culturadevidro”.
Pobrezaeexperiência:nãosedeve imaginarqueoshomensaspiremanovasexpe-
riências.Não, elesaspirama libertar-sede todaexperiência, aspiramaummundo
emquepossamostentar tãopura e tão claramente suapobreza externa e interna,
que algodedecentepossa resultardisso.
Gagnebin (1999p. 61)complementa falando“...Queaúnicaexperiência
quepode serensinadahojeéaprópria impossibilidade,da interdiçãodapartilha,
daproibiçãodamemóriaedos rastros...”.A influênciada sociedadecapitalistana
narraçãodeexperiência refere-seàmassificaçãodacultura, umamá reelaboração
de identidadeporpartedo indivíduo, causando esquizofrenia em relação ao seu
passado e presente, obrigando-nos a “construir com pouco”, “se contentar com
pouco”. Como contar o que não faz sentido?Adinâmica do sistema é veloz, se
renova, se reinventa, seaproveitadoqueé familiar,mudaomundoantesquenos
faça sentido.
Por outro lado, quando esquecemos abrimos portas parapreencher as la-
cunas comnossa imaginação. ParaRicoeur (2007) o esquecimento é apresença
da ausência edadistância, provoca à lacuna, odano e a fraqueza, sendoo esque-
cimentooprincipal problemapara a representaçãodopassado.Um exemploda
relação entre esquecimento e imaginação e a problemática da interpretação do
passado émostradoporHalbawash (1990p. 34).
Resulta disso que amemória individual, enquanto se opõe amemória coletiva,
é uma condição necessária e suficiente no ato de lembrar e do reconhecimento
das lembranças?Demodo algum, por que se a primeira foi reprimida, se não é