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nada reconstituidora e está ligada a experiências passadas, sinapse; e outra com-
binatória ou criadora, que forma por meio da combinação e reelaboração das
imaginações. No entanto, essa atividade combinatória ou criadora se constrói
sobre pensamento do passado para o futuro, modificando e criando uma nova
realidade. Vigotski (2009, p. 15), enfatiza a dimensãoda coletiva e histórica da
criaçãohumana.
Toda atividade do homem que tem como resultado a criação de novas imagens
ou ações, enão a reproduçãode impressões ou ações anteriores da sua experiên-
cia,pertenceaesse segundogênerodecomportamentocriadoroucombinatório.
O cérebro não é apenas o órgão e conserva e reproduz nossa experiência ante-
rior, mas também o que combina e reelabora de forma criadora, elementos da
experiência anterior, erigindonovas situaçõesde comportamento. Se a atividade
do homem se restringisse àmera reprodução do velho, ele seria um ser voltado
somente para o passado, adaptando-se apenas amedida em que este produzisse
aquele.Éexatamenteaatividadecriadoraque fazdohomemum servoltadopara
o futuro, erigindo-o emodificandoopresente.
Paracompreenderaatividadecombinatóriaecriadoraénecessárioenten-
der a relação entre a imaginação e realidade, que acontecedequatro formas: ex-
periênciaanterior; a relaçãodoprodutofinal coma realidade; caráteremocional
que seapresentaemdoiscasos:oprimeiro, o sentimento influênciaa imaginação
eo segundocaso, a imaginação influênciao sentimentoeaúltima se refereaalgo
completamentenovo, onde a imaginação se ”cristaliza”, existindonomundo, in-
fluenciando e modificando sobre outras coisas. Assim, para Vigotski o ato de
criaçãohumanadependededois fatores: intelectual e emocional.
Desta forma, as impressões se derivamdasmúltiplas relações e dosmúl-
tiplos quadros quenos constituem e influenciam. Porém, na infânciao espaço é
pequeno e os grupos a qual pertencem sãopoucos. Ricoeur (2003), fundamen-
tado em Jean-Paul-Sartre, apresenta um conceitode “cilada do imaginário”. Em
linhas gerais, seria aobsessãoou alucinaçãoquandoum indivíduo imagina algo,
tendoorigens patológicas. Esse conceito, “constitui uma espéciede fraqueza, de
descrétido,deperdadaconfiabilidadedamemória”, (RICOEUR,2003p.70).O
esquecimento abreportaspara imaginação, assim inferimosque apoucamemó-
ria, nocasodas crianças, tambémabreportaspara imaginaçãopermeadapor sua
pouca experiência.
Os interesses das crianças são outros, não são ainda tão permeados pela
a influência lógica da sociedade dos adultos. Por isso, imaginamo espaço como
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