Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 636

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emmomentos pontuais ao longo da formação. Neste caminho, não é estranho
imaginar a forma comoos discentes emprocessode formação se encontram em
uma encruzilhada entre aquilo que é apresentado como socialmentemais reco-
nhecido (a profissão do bacharel em geografia) e para aquilo que de fato estão
sendo formados: professores de geografia. Assim, importaparanós pensar sobre
os estágios supervisionados enquantomomento crucial doprocessodeprofissio-
nalização docente, colocando alguns pontos sobre a estruturação damatriz cur-
riculardocursodeLicenciaturaemGeografiadoCampusdoSertãodaUFAL.
Desta forma, analisamos o estágio supervisionado comomomento ím-
parna formaçãodo futuroprofissional docente, pensandoemuma superaçãoda
perspectivaque apenas o encara comomomentode “execução”da teoria assimi-
lada ao longodos semestres que antecederam a ida à escola básica. “Considerar
o estágio como campode conhecimento significa atribuir-lhe um estatuto epis-
temológicoque supere sua tradicional reduçãoàatividadeprática instrumental”
(PIMENTA; LIMA, 2004, p. 29). Pensar o estágio como algomais doque um
componente prático damatriz curricular nos impõe a necessidade de refletir a
formacomoestemomentoda licenciatura se relacionacomasdemaisdimensões
da formação.
Omomento do estágio supervisionado se estrutura como indispensável
para a profissionalização do licenciado quando temos em conta que se trata de
uma “aproximação à realidade” que constituirá o cotidianododocente (GON-
ÇALVES; PIMENTA, 1990). O carátermeramente “de execução” que é asso-
ciado ao estágio se vale de uma perspectiva epistemológica de dissociação entre
o fazer prático e a teoria que se desdobra em ummodelo de formação docente
que fragmenta o desenvolvimento do trabalhador justamente nomomento em
que se relaciona de formamais direta com o ambiente escolar. Pensamos neste
sentido tendo em conta que, embora na condição de estagiário, o discente se
relaciona comos demais sujeitos da escolade formaqueo aproximadeumapo-
tencial realidade de trabalho (mesmoque comuma série de limitações). Assim,
concordamos comPimentaeLima (2004)quandoapontamparaa superaçãoda
dissociação entre teoria epráticaapartirdo conceitode
práxis
.Aindaque reco-
nhecendo alguns limites de açãodo estagiáriona escola, é central perceber este
processo comomomentode formaçãoque envolveum espaçode reflexão sobre
a realidadenaqual se insere enaqual intervirá.
[...] o estágio, ao contrário do que se propugnava, não é atividade prática, mas
teórica, instrumentalizadoradapráxisdocente, entendidaestacomoatividadede
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