Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 454

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fundida culturalmente pela arte, arquitetura, urbanismo e entre outras áreas do
saber.Assim, aoempregá-lonocontextogeográficodeve-semanterumalerta,no
sentidode rigor epistemológico.ParaBertrand (2005):
[...] paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados. É,
emuma determinada porçãodo espaço, o resultadode combinações dinâmicas,
portanto instável,deelementos físicos,biológicoseantrópicosque, reagindodia-
leticamenteunssobreosoutros, fazemdapaisagemumconjuntoúnicoe indisso-
ciável, emperpetua evolução. (BERTRAND, 2005p. 141).
Neste trecho, Bertrand, deixa claroque a escolha dessa categoria geográ-
fica, deve serpensada e refletida em termosdialéticos, noque tange aos aspectos
físicos-naturais e sociais. Brito e Ferreira (2011), traça um panorama acerca da
categoriapaisagemdentrodacorrentedopensamentogeográfico, as autoras res-
saltamoqueBertrand jáalertava, acomplexidadedoconceitoea formacomque
foi utilizada emdiferentes contextoshistóricos e culturais.
NaGeografiaTradicional, o conceito paisagem é “privilegiado” quando
aparece atrelado ao de região (região paisagem/ paisagem cultural/gênero de
vida). Na Geografia teorética-quantitativa, a categoria paisagem sofre umme-
nosprezo, por acreditarem não apresentar potenciais que poderiam ser quanti-
ficados e nempromover leis exatas. AGeografiaCrítica, tinha por excelência o
espaçocomocategoriadeanálise, porém traziaatreladoaela, conceitos comode
paisagem, lugar, território, que erammotrizes parao entendimentodas relações
sociais e de produçãodo espaço geográfico. AGeografiaHumanística, também
enalteciaacategoriapaisagem, principalmenteoque tangeo “espaçovivido”das
relações, da subjetividade.
Brito eFerreira (2005), aponta que quandoutiliza-se o termopaisagem“
[...] geralmente as abordagens sãopautadas nobelo, na visãona apreensão indi-
vidual ena subjetividade” (BRITOEFERREIRA, 2011p. 2). Emoutras visões
possibilitamuma interpretação geopolítica, de apropriaçãodo território, como
destacadoporBertrand (1996):
Consideramos aquí que elpaisaje es parte de um todo; este todo es ele territó-
rio em sentido aplio. Así concebido, elpaisajeno es solamentela aparênciade las
cosas, decorado o escaparate. Estambiénunespejo que las sociedades se tiende-
nhaciaelleasmismas y qye lãs refleja. Construccioncultural y construcción eco-
nómica fundidas. Ybajo elpaisaje está el território, suorganización espacial y su
funcionamento. (BERTRAND, 1996p. 363)Conferirnooriginal
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