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| ANAIS - VII FórumNEPEGde Formaçãode Professores deGeografia
terem consciência da espacialidade das coisas nomundo. Daí a importância da
geografia escolarparaos alunos.
O trabalho de educação geográfica ajuda os alunos a desenvolveremmodos do
pensamentogeográfico, a internalizarmétodos eprocedimentos de captar a rea-
lidade tendo consciênciade sua espacialidade. Essemododepensar geográfico é
importantepara a realizaçãodepráticas sociais variadas, jáque essas práticas são
semprepráticas socioespaciais. (CAVALCANTI, 2008, p. 36)
Parecehaverum consensono campoda educaçãodanecessidadedopro-
fessor, em sua açãopedagógica, considerar os conhecimentos do estudante.Vis-
to que todos, a partir das experiências cotidianas, conhecem algo. Essa tese de
que o aluno é portador de conhecimento,mesmoque não sistematizado, chega
até aGeografia.
Callai (1999; 2001)diz ser extremamente importanteconsideraroaluno
ea sociedadeemquevive.Entendeque torna-semais fácil compreenderos fenô-
menospartindodo lugaremque sevive,doespaçopróximo.Oquepossibilitaria
umamelhororganizaçãodas informações, podendo-se teorizar, abstrairdo con-
creto, nabuscade explicações, de comparações, de extrapolações.
Em suma, Callai advoga entornodo espaçopróximo como entrada para
considerar a vivência do estudante. Mas que essa escala (local) jamais deve ser
considerada dissociada das escalas mais abrangentes. Pois a explicação dos fe-
nômenos que acontecem no local, tem sua compreensão em outros espaços e
tempos, maiores, mais distantes, mais amplos, mais complexos. E, que no jogo
dialéticodessas escalas o aluno inicia umprocessode elevar o empírico aonível
da categoria.
As explicações para entender a realidade estudada exigemum vaivém constante
entreosdiversosníveisdeanálise, emque secruzamas interpretaçõesquedecor-
remdo local oudo regional, considerado em sua totalidade, e os níveis nacional
e internacional. (CALLAI, 1999, p. 58)
Na seara da escala de análise para problematizar e introduzir os conte-
údos geográficos, Callai faz a defesa do recorte domunicípio. O qual pode ser
uma escalade análisequepermiteque tenhamos próximos denós elementos do
real em sua totalidade, sem perdermos de vista a dimensão de outras escalas de
análise. “Aopropor o estudodomunicípio como apossibilidadedeos alunos se
apropriaremdashistóriasda suaprópriavida, parte-sedaconstatação [...]deque
a realidade brasileira émuito condicionada pelonível da divisão administrativa