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de a gênese à sua institucionalizaçãoda geografia ensinadanoBrasil (ROCHA,
1998).
Assim, pormuitas décadas nahistóriadaGeografia enquantodisciplina,
“estudávamosnão sóageografiaprescritaparaaFrança, comoo fazíamosatravés
dovernáculo francês”(ROCHA,1998,p.5).Dessemodo,deacordocomVlach
(2004)desdeo iníciodo séculoXIXaescola, oensinodeGeografiaeaconstru-
çãodoEstado-Naçãobrasileira têmuma relaçãomuito estreita. Aplica-se a esse
contexto enquantoum territóriovasto edesocupadoqueprecisava serocupado.
A fundaçãodoColégioPedro II, noRiode Janeiro, foi aprimeira escola
brasileira a incluir a Geografia como disciplina obrigatória, e neste aspecto o
professorDelgadodeCarvalho teve grande importânciano sentidode garantir
aGeografia seuespaçonaescola.Oobjetivo seriadesenvolverumaelitenacional
capaz de ocupar quadros políticos e administrativos, isso lá no segundoquartel
do séculoXIX.
Opanoramaque sedesenharaeradeumaGeografia ideologicamentena-
cionalista, uma identidadenacional aqual tinhacomoumdos seuspressupostos
ode reforçaropatriotismonacional.
Na segunda metade do século XX chamado por Vesentini (2004) de
primórdios da Geografia crítica no Brasil, esta se enraíza em dois elementos
principais:
[...] a influência e os subsídios oriundos do PrimeiroMundo e em especial da
França (onossogrande farol até iníciodosanos80)e,notadamente, a lutacontra
a ditaduramilitar e, aomesmo tempo, contra o projeto de capitalismo depen-
dente e associado, contra a ideologia daGuerra Fria e os seus tristes reflexos na
repressãopolicial, nas torturas, nocerceamentodopensamentocríticoetc. (VE-
SENTINI, 2004, p. 229)
Nestaperspectivaa importânciadeumaGeografiacritica
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comumaabor-
dagem epistemológica se fez e se faznecessária, afimdeque sepossa auxiliarna
compreensãodo espaço geográfico e oposicionamentodohomemdiante dessa
realidade.Ou seja, “uma geografia nãomais “neutra” e sim comprometida com
a justiça social, comacorreçãodasdesigualdades socioeconômicas edasdispari-
dades regionais” (VESENTINI, 2004, p. 223).
1.Oautorque formulouacríticamais radical daGeografiaTradicional foi, semdúvida,Yves Lacosteem seu livroA
Geografia serve, antesdemaisnada, para fazer aguerra (MORAES, 2005, p. 120)
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