Anais VII Fórum NEPEG de Formação de Professores de Geografia - page 568

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guém acredita que a realidade social, econômica e política de todas essas regiões
são iguais?QuandoaSEEadotaumcurrículopadronizado, estão sendoconside-
radasasdiferenças regionais?Asdiferentesquestõesquepermeiamo trabalhoco-
tidianoemcadaescolaestão sendo levadas emconta?”(APEOESP, 2009b, p. 5).
Apartirdesta análisevolta-seoolharparao ensino inclusivodedeficien-
tes. Instauradoem1994, quandooBrasil assinouaDeclaraçãodeSalamanca, na
Espanha, queproclamouprincípiosdedireitos à educaçãoparapessoas comde-
ficiênciaapartirdeumapedagogiacentradanoaluno, inseriu-seaconcepçãode
educação inclusivanoensinonacional.Essenovoparadigmaesuaefetivaçãoprá-
tica têmgeradomuitas controvérsias ediscussões.A inclusãodefendidaporSas-
saki (1997) requer uma reciprocidade entre a sociedade eo individuo comdefi-
ciência.Exigemudanças sociais, políticas, econômicas ecientíficas, comoafirma
Ormelezi (2006, p. 46) em sua tesededoutorado sobrepsicologia e educação:
O paradigma da inclusão provoca um deslocamento na sociedade sobre a for-
ma de ver as dificuldades de uma pessoa comdeficiência comoumproblema só
delaede sua família.Assim, a sociedadeassume sua responsabilidade, reconhece
a singularidade de cada um e aprende com as diferenças; não põe em primeiro
planoadeficiência,mas apessoaque temnecessidades específicas; nãocobra sua
normalização,mas encontra caminhos para que ela desenvolva seupotencial e a
valorizadeacordocom suas formasprópriasderealização; torna-semaishumana
e solidária–uma sociedadepara todos –, pois exigeque as pessoas e os sistemas
nos quais estejam engajados trabalhem constantemente nos seus mecanismos
comportamentaisenraizadosqueescondempreconceitosevisõesestereotipadas.
A inclusão exige a éticade atentar sempreparadissolver as barreiras da comuni-
cação ede atitudes preconceituosas, de ambientes físicos não adaptados e recur-
sos de apoionãodisponíveis e, no casodo compromisso com todas asminorias
excluídas, fazem cumprir as leis edeclaraçõesdedefesadosdireitoshumanos.
Ora, se na concepção da diversidade, a igualdade é pautada no respeito
às diferenças, oque ocorre é que a adoçãode um currículo comum a todos des-
consideraheterogeneidadedos estudantes, ou seja, vai à contramãodoprocesso
inclusivo. Se por um lado se temummaior númerodematrícula de aluno com
deficiência, passa-se a negligencia-lodentroda sala de aula. Se a diversidade do
aluno possibilita o desdobramento de novasmetodologias de ensino, sob a luz
dos questionamentos sobre apráticadocente tradicional, a adoçãodeum currí-
culo comum a todos tolhe essaflexibilidadedas aulas.
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