VII FórumNEPEGde Formaçãode Professores deGeografia - ANAIS |
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ponsável por retirar do professor a capacidade crítica e criativa para o exercício
daprofissão, “eclipsando” sua funçãodentroda salade aula (D’Avila, 2008).
É fato que num universo gigantesco como a educação básica no Brasil,
haja inúmeros exemplos de professores que professem a utilização “catequética”
do livro didático, rendendo-se a este instrumento, assim como, um paciente se
coloca as prescrições médicas. Confirmando essa situação, Santos (2013), em
pesquisa com professores deGeografia das séries finais do ensino fundamental
da cidade de SãoLuis doMaranhão, constatou que os professores fazem o uso
literal do livrodidático “decapaacapa”, reduzindooensinodegeografiaaspres-
criçõesdo livro.
Essa constatação, danosa para o ensino de geografia, nos leva a pensar:
Nãohaveria situaçõesqueapontemaocontrário?Professoresque seposicionem
competentemente frente a este instrumento sendo capazde extrairdele elemen-
tos que colaborem para um ensino crítico e eficaz? Ou ainda, professores que
sejam capazes de analisar, julgar e selecionar aqueles elementos e conteúdos que
podem levar amudançasna suaprática, na sua concepçãodegeografiaede ensi-
nodegeografia, apartirdousodo livrodidático?
Ora, sendopeça importante da história da educaçãonoBrasil, a utiliza-
ção sistemática destematerial pelos professores do ensino básico, também não
estaria contribuindooupoderia contribuir em algumamedida para a formação
desseprofessor?
Oque sepretende aqui é sugerir umapropostapara repensar ousodo li-
vrodidático, sobreoutrasbases,nãoaquelascristalizadas,massobnovosquestio-
namentos e incursões, que possibilitem extrair dessa realidade posta, elementos
para amelhoriadaqualidadedo ensino eda formação continuadadoprofessor.
Corroborando com nosso pensando sobre essa possibilidade formativa
do livro didático, assim destaca oGuia Nacional do LivroDidático (2013, p.
08):
Apesar de não ser o únicomaterial de ensino em sala de aula, o livro didático
constitui uma referência nos processos de ensino e de aprendizagem, podendo
servir, também, como instrumentode formação continuadaparaoprofessor.
Presume-se, portanto, queo livrodidáticoproduzidoeavaliadoporespe-
cialistas,muitos deles, formadores de professores, e submetido a constantes crí-
ticas, correções e reformulações, decorrentes dasmanifestações dos professores